Correr por uma causa

"Tudo é possível. Podem te dizer que você tem 90% de chance, ou 50%, ou 1% de chance, mas você tem que acreditar e lutar."

                                                                                                               Lance Armstrong 

Olá,

Sou um corredor novato comparado aos inúmeros corredores que conheci, convivi e que  passei a admirar. A prova disso é que tenho poucas medalhas e ainda nenhum troféu. Claro que isso pouco importa pra gente que corre, é uma especie de mantra dizer entre os corredores que não estamos lá por medalhas ou prêmios, mas sim pra vencermos a nós mesmos. Receber uma medalha de participação ou mesmo chegar ao pódio serão as consequências e resultado de nosso esforço e empenho. 

Pois bem, a postagem não é sobre esse assunto. 

Recentemente ingressei num curso de LIBRAS (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS) por alguma curiosidade e por um certo incentivo de uma pessoa que tenho bastante estima. O curso tem me agradado e tenho notado que o mundo dos SURDOS é muito pouco conhecido por nós OUVINTES. Em certos momentos, ou mesmo na maioria das vezes, as pessoas surdas são colocadas às margens da sociedade que se acha normal. Normal é um termo, ao meu ver, bastante genérico e varia muito de pessoa pra pessoa. O que penso ser normal pode não ser para outra pessoa.

No curso (que ainda faço)  foi me mostrado a dificuldade das pessoas surdas se colocarem no mundo galgando algo melhor para suas vidas. Aliás a vida de uma pessoa surda já é difícil desde o nascimento (quando assim acontece). Existem pais que demoram pra perceber que sua criança é surda. E isso trás grandes dificuldades para ambos. E a alfabetização então? Há escolas especializadas para essas pessoas? Há pessoas suficientes e ainda capazes para ensinar uma pessoa com dificuldade auditiva? As respostas para essas perguntas são sempre preocupantes. 

Inserido agora nesse contexto pude notar algo: ELES PRECISAM SER VISTOS; ELES PRECISAM APARECER. Não que já não estejam fazendo, claro que sim. Há vasto material na internet, páginas e páginas de informação, videos no YOUTUBE e muito mais. 

Percebendo isso pensei comigo "por que não ajudá-los a aparecerem mais? Por que não passo a CORRER, que é algo que passei a gostar, divulgando a LIBRAS, que é algo que estou me acostumando?" Oras, achei que isso seria muito legal  e principalmente muito importante para a comunidade surda. Eles precisam de evidência.

Vejam bem, estou fazendo isso sem que ganhe qualquer coisa em troca. Faço pelo prazer de ajudar a quem precisa. Eles precisam ser vistos e "ouvidos". Eles precisam de mais leis a seu favor, leis que os insira mais na sociedade. 

Ao contar essa minha ideia a diretora do Curso de LIBRAS, ela ficou super empolgada assim como as outras pessoas que também ajudam a divulgar a LIBRAS. Por esse motivo quiseram  me dar uma camiseta para que quando eu corresse, levasse o nome LIBRAS para as pistas, as provas de rua. Queremos fotos, publicidade, divulgação e dessa forma tentarei dar a minha contribuição a essas pessoas especiais. Eis uma foto do momento em que diretora, professor e professora  entregam a mim a camisa da LIBRAS. 

Sei que é um passo curto que estou dando, mas se tem algo que aprendi correndo e vendo grandes corredores é que eles, antes de chegarem às suas conquistas eles primeiro deram um primeiro passo. 

Abaixo deixo um link de uma reportagem que li ano passado e que me inspirou a tomar essa atitude, chama-se exatamente CORRER POR UMA CAUSA, se quiserem leiam, recomendo e indico:
http://www.papodeesteira.com.br/blogs/im-possivel/correr-por-uma-causa/

Deixo também esse belo vídeo de uma parte do Seriado Glee, que mostra a interpretação da música de John Lennon, Imagine, realizada pelo Coral de Surdos em Língua de Sinais Americana. 

É isso, até mais runners, walkers and deafs.

"Inspiração vem dos outros. Motivação vem de dentro de nós."

                                                                 (Autor Desconhecido)